O Arco Maior é um projeto socioeducativo que se destina aos adolescentes e jovens excluídos ou que se abandonaram os sistemas formais de educação e formação, sem terem completado a escolaridade obrigatória, sem 6º, sem 9º e sem 12º ano, com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos, preferentemente, podendo acolher também, excecionalmente, jovens com idades inferiores e superiores.
Por vezes, o Arco Maior também se define pela negativa, pois esse também é um procedimento esclarecedor. Assim, esta proposta-resposta educativa não é uma alternativa às escolas já existentes, é apenas um local e um tempo de transição que oferece, a quem já caiu por entre a malha de promoção e de proteção de todas as escolas e centros de formação da cidade, um novo tempo e novas oportunidades de se reencontrar e recomeçar, de estabelecer bases minimamente sólidas para um novo itinerário de vida. Este pode passar pela inserção socioprofissional imediata ou pelo regresso às escolas ou aos centros de formação. Não se deverá, pois, confundir o Arco Maior com qualquer forma de institucionalização, pois a sua resposta socioeducativa radica nesta transitoriedade.
Não se deverá, pois, confundir o Arco Maior com qualquer forma de institucionalização, pois radica nesta transitoriedade. Também não é mais uma escola típica, que tem os seus planos de estudo e metodologias prévia e totalmente desenhados e onde o principal ofício dos professores e educadores é aplicar esses planos.
Diante do referencial geral já estabelecido, procura-se criar, plasticamente e com cada adolescente, as dobradiças necessárias e melhor adaptadas à montagem de cada porta: se mais acima ou mais abaixo, se abre para dentro ou para fora, se se implanta no umbral direito ou esquerdo…portas com um arco maior do que os habituais, para por ele poderem passar todos os adolescentes e jovens, de frente, de lado, direitos ou tortos…
Com base num diagnóstico das aprendizagens escolares, dos saberes práticos e das competências sociais de cada adolescente e jovem, é realizado um projeto de acompanhamento ao desenvolvimento pessoal, seguido por cada docente e por todos eles, num trabalho cooperativo. Somos uma resposta socioeducativa de “fim de linha”. Há quem diga que somos o “carro vassoura” que apanha o “lixo humano” das escolas públicas das cidade do Porto e de Vila Nova de Gaia.
Várias instituições da cidade reuniram-se, a pedido do projeto, no fim de 2015, para definir este importante critério: o Arco Maior não é uma alternativa aos percursos escolares de insucesso reiterado, porventura frustrantes, desgastantes e injustos, mas destina-se apenas a jovens que tenham abandonado efetivamente as escolas, na sequência de processos mais ou menos complexos de absentismo reiterado, quase todos com Processos de Promoção e Proteção e alguns com penas dos tribunais.
Existem quatro polos do projeto, três no porto e um em Vila Nova de Gaia, que acolhem anualmente cerca de 120 jovens. O projeto é desenvolvido pela Associação Arco Maior.